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JUL
17
PAIS A LA CARTE: O FRASCO DAS MEMÓRIAS – AVÓS E NETOS. O NOVO LIVRO DE ISABEL STILWELL.
«O Frasco das Memórias – Avós e Netos, Ideias para fazerem juntos» é o título do mais recente livro de Isabel Stilwell. A sua paixão pela história e pela arte de conservar memórias é já conhecida – ou não fosse a autora de romances históricos mais lida em Portugal! Neste seu novo livro, da Editora Livros Horizonte, Isabel reflete sobre o papel insubstituível dos avós enquanto criadores de memórias dos netos e partilha 101 sugestões de atividades para fazerem em conjunto. Seja nas férias, seja num fim-de-semana, ou tão somente num fim de tarde…
Encontramos sugestões para fazer dentro e fora de portas. Ideias para transformar passeios culturais em empolgantes caças ao tesouro e propostas para tornar inesquecíveis as mais variadas celebrações familiares. Como Isabel refere nesta entrevista, o importante é que o entusiasmo seja genuíno porque é “a emoção das nossas próprias memórias que vai tornar aquela experiência tão memorável. E quando o plano resulta e somos tão felizes por os ver felizes, é garantido que não esquecemos”.
Um livro ideal para os avós mais ousados , ou aos avós à antiga que não têm medo de se sujar e de andar descalços na relva. Para os avós que não querem que os seus netos passem ao lado da magia e das experiências mais intemporais. É também um livro ideal para os avós que querem percorrer com os netos os caminhos da História de Portugal. E assegura a escritora, que conta já com oito netos nos braços, que todas as sugestões foram testadas em netos de carne e osso! ??
«Vamos caçar insetos, dar nomes às estrelas, subir às árvores, regarmo-nos uns aos outros (com sapatos postos!) e mil outras coisas que nos ligam à Natureza e uns aos outros. Vamos, como os bons jardineiros, adubá-los, protegê-los, mas deixá-los crescer para se tornarem aquilo que quiserem ser, hábeis no uso das novas tecnologias mas nunca uns tecnocratas enfadonhos e infelizes.»
[Isabel Stilwell]
À conversa com Isabel Stilwell
O Frasco das Memórias… Qual a importância de sermos criadores conscientes de memórias dos nossos filhos e netos? E o que podemos fazer, enquanto pais e avós, para estimular essa memorização nas crianças?
Parece-me que as memórias só se colam indelevelmente se corresponderem a momentos de surpresa e emoção – neste caso de felicidade. E se é claro que o ideal é que decorram de momentos que aconteceram espontaneamente, também não perdem nada quando os adultos preparam a situação – vamos fazer uma festa da nossa casa, ou do primeiro dia do verão, ou dos avós! Ou repetir com eles qualquer coisa de que guardamos uma óptima memória infantil – apanhar amoras e fazer doce, acampar, subir pelas rochas a um castelo – porque é o nosso entusiasmo genuíno, a emoção das nossas próprias memórias que vai tornar aquela experiência tão memorável. E quando o plano resulta e somos tão felizes por os ver felizes, é garantido que não esquecemos. Então se a pista estiver num cartão dentro de um frasco de memórias mais fácil ainda!
Recuando aos seus tempos de criança, qual a memória mais querida que a Isabel guarda dos seus avós?
A minha avó materna tinha-me visto aos 2 anos e depois nunca mais, mas escrevíamo-nos e ela era tão importante na vida da minha mãe e dos meus irmãos que permaneceu sempre muito presente. Aos dez fiz a minha primeira viagem a Inglaterra e fiquei uma semana com ela é foi um reencontro! Mas a minha verdadeira avó presente e de quem tenho óptimas memórias era uma tia avó sem filhos. Jogávamos dominó enquanto bebíamos limonada e ela lia-me um livro lindo em que só ela podia tocar!
«É o nosso entusiasmo genuíno, a emoção das nossas próprias memórias que vai tornar aquela experiência tão memorável. E quando o plano resulta e somos tão felizes por os ver felizes, é garantido que não esquecemos.»
Essas memórias de infância são um ponto de referência na relação que agora desenvolve com os seus netos?
Sinceramente acho que não. Parece-me que o meu grande ponto de referência é a minha relação com os meus pais e irmãos e com os meus filhos. Mas há muita coisa que descobri sendo avó, “exercendo” o papel, muita coisa que aprendi com os meus netos.
O papel dos avós tem vindo a modificar-se, adaptando-se às exigências sociais e consequentes necessidades familiares. Atualmente, qual é o papel que os avós desempenham na educação dos netos?
A importância dos avós nas famílias é ancestral, e em Portugal com a grande imigração dos anos 60, e depois com a guerra colonial, muitos avós ficaram com os filhos dos seus filhos fazendo basicamente o papel de pais. Hoje também há muitos avós que cuidam dos netos quase em permanência, os vão buscar à escola, lhes dão jantar e banho, todos os dias da semana, porque os pais têm uma vida profissional muito exigente. Admiro-os muito, mas acho que é melhor para todos quando os avós são retaguarda, apoio, e a casa dos avós um lugar de acolhimento e de festa. Mas educar, educamos todos, sobretudo com o nosso exemplo.
Neste livro apresenta um conjunto alargado de atividades para os avós fazerem com os netos, muitas delas impermeáveis à passagem do tempo (como caçar insetos, dar nome às estrelas, entre outras). Como situa a importância destas atividades na sociedade profundamente tecnológica em que vivemos?
Fundamentais, a sério, são mesmo. Tento ser uma avó jardineira, no sentido literal e figurado do termo. Os dados da OCDE estão ai para nos mostrar o que acontece às crianças que não se mexem, grudadas em ecrãs variados, que têm medo da terra, de subir a uma árvore ou de correr riscos. Mas falamos como se a culpa fosse deles, como se tivessem nascido assim, mas a culpa é toda nossa, dos pais e dos avós, e também da escola. Por isso, sim, vamos caçar insetos, dar nomes às estrelas, subir às árvores, regarmo-nos uns aos outros (com sapatos postos!) e mil outras coisas que nos ligam à Natureza e uns aos outros. Vamos, como os bons jardineiros, adubá-los, protegê-los, mas deixá-los crescer para se tornarem aquilo que quiserem ser, hábeis no uso das novas tecnologias mas nunca uns tecnocratas enfadonhos e infelizes.
Num dos capítulos, os passeios históricos são transformados em empolgantes caças ao tesouro. Partir à descoberta de personagens é o segredo para despertar o interesse e a curiosidades das crianças pela História?
Ah sim, ai juntei a minha paixão pela História, como o desejo de que os meus netos, e os de toda a gente, descubram o orgulho de serem portugueses, e saibam mais sobre as suas raízes e os seus heróis. Não num narcisismo bacoco e deprimente, do estilo fomos os melhores do mundo, e agora acabámos aqui, mas na descoberta de onde vimos, para não repetirmos os mesmos erros e termos ideia de para onde vamos. A História pode ser fascinante para as crianças, e para os adultos, se dermos vida ao passado. Mas há alguns truques, nomeadamente não os sobrecarregar com informação (datas, tratados, etc, etc,), escolher bem o personagem sobre o qual queremos acender os holofotes, e programar a visita ao monumento/palácio procurando apenas o herói.
No livro afirma que ser uma avó do contra permite-lhe descobrir-se a si mesma através dos seus netos. O que mais a surpreende neste papel?
Energia, mesmo nos dias de calor, capacidade de mergulhar numa piscina, mesmo nos dias frios, que afinal não sou péssima a Matemática ( desde que aplicada à realidade dos preparativos para uma festa de família), que os “Trabalhos Manuais” que odiava na escola, são muito úteis… Mais importante do que tudo, ser avó permite-me descobrir que em nenhuma circunstância abdico da magia. Quero-a para mim e para eles.
«Ser avó permite-me descobrir que em nenhuma circunstância abdico da magia. Quero-a para mim e para eles.»
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