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JUL
9
 
 4.º EPISÓDIO: OS LUGARES DE D. ESTEFÂNIA
A prima Luísa da Prússia e a magia da Ilha das Flores

A ilha de Mainau, no lago de Constança, no sul da Alemanha, é um ponto de paragem importante para quem queira perceber melhor o mundo em que Stephanie de Hohenzhollern-Sigmaringen viveu antes de se tornar rainha de Portugal e desembarcar em Lisboa. A ilha foi comprada a título particular pelo seu primo (pelo lado da mãe), Frederico I, grão-duque de Baden, com o intuito de a transformar num paraíso na terra, um lugar onde pudesse refugiar-se das intrigas da corte entre as árvores e as flores, os pássaros e as borboletas vindos de todas as partes do mundo, tal como fazia, no parque do Palácio da Pena, o rei D. Fernando de Saxe-Coburgo-Gota.
Mas para Stephanie provavelmente a maior atração dos verões aqui passados era a jovem mulher do grão-duque, a princesa Luísa da Prússia, sua prima pelo lado do pai, da mesma idade e com quem partilhava as mesmas causas: ambas trabalhavam incansavelmente para qualificar as mulheres e proteger as crianças, tanto em termos de saúde como de educação. Ambas admiravam Florence Nightingale, a “Dama da Lamparina” e a verdadeira mãe da enfermagem profissional, que vai estar, mais tarde, diretamente envolvida no projeto de construção do Hospital D. Estefânia.
Luísa, apesar de alguns grandes desgostos, teve mais sorte do que Stephanie: casou dois anos antes da prima, engravidou imediatamente e foi mãe de três filhos e, mesmo depois de viúva, continuou a ter uma intervenção social e “política” muito ativa. Morreu aos 84 anos.
Hoje a ilha das Flores é de livre acesso, de barco ou a pé através de uma ponte, e merece bem a visita — vai deliciar-se com o jardim italiano de 12 mil pés de rosas, os canteiros sempre em flor (em Setembro, eram mil variantes de dálias), e o extraordinário borboletário, uma casa tropical onde passeamos entre o bater de asas das mais magníficas espécies, numa vertigem de cor. O palácio von Baden é imponente, escondido entre a vegetação e embora ainda seja habitado pela família a quem a ilha pertence, tem habitualmente uma parte que pode ser vista e onde decorrem exposições.