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ABR
21
 
 FOLHAS EM BRANCO - ISABEL STILWELL ("ISABEL DE ARAGÃO, ENTRE O CÉU E O INFERNO")
Isabel Stilwell

"Normalmente é o sítio onde eu escrevo. Preciso de luz e gosto de olhar para fora da janela e ver árvores e um horizonte longo e gosto muito de ter as coisas de que eu gosto à minha volta. No caso deste livro que escrevi agora, à medida que fui escrevendo fui lendo às minhas netas, que tinham cinco/seis anos na altura, bocadinhos do próprio livro ou de documentos que eu estava a ler e elas faziam desenhos e eu punha-os à volta da secretária, porque eram cenas concretas sobre as quais queria escrever e depois olhava para os desenhos e para as coisas à volta. Isso inspira-me. No fundo é um espaço que não é só para escrever, porque tem a televisão e uma mesa e, portanto, ou as crianças ou os mais velhos entram. Não me faz confusão nenhuma o barulho, faz-me confusão quando me pedem para ir almoçar ou fazer o almoço a meio de uma coisa muito importante que estou a escrever, mas a confusão não. Tem de ser um espaço que dê para estar mais gente. Prefiro muito mais escrever à noite, gosto imenso de escrever também quando já está toda a gente na cama e ninguém me vai interromper. É uma mistura."

Isabel de Aragão, Entre o Céu e o Inferno (Manuscrito)

"O livro novo é muito emocionante! É a história da Isabel de Aragão, que os portugueses imortalizaram como rainha santa, mesmo antes de a Igreja a ter canonizado e eu parti para ela a saber o que todos nós sabemos, mas estava bastante determinada a descobrir quem era a mulher antes. Entretanto, sabemos muito sobre ela (muito mais do que eu esperava, porque estamos a falar do século XIII). A D. Isabel virá para Portugal com 12 anos, casa com o rei D. Dinis que descobri ser um rei fascinante. Traz a sua melhor amiga e dama chamada Vataça Lascaris que era uma princesa bizantina grega, mas mantém sempre uma ligação com uma correspondência intensa com o irmão, o Jaime. Além do que sabemos, que gastou a fortuna pessoal dela a ajudar os pobres, teve um papel muito importante na conciliação destas guerras que se iam fazendo. Ela só tem um rapaz e uma rapariga e depois a filha dela com oito anos vai para Castela para ser rainha e faz-se um triângulo de espionagem que é: Portugal, a corte de Castela e a corte de Aragão. É verdade que ela é que mandou construir o Convento de Santa Clara, mas ela só vai para o convento depois do marido ter morrido, juntos são reis durante 43 anos. É uma pessoa que acredita que pode servir a Deus, mas sem se obrigar a nenhuma ordem religiosa."