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MAI
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 OS LUGARES DESTA HISTÓRIA, COM ISABEL STILWELL: FILIPE I DE PORTUGAL, POR FIM
7º Episódio – Filipe I de Portugal, por fim


Foi no convento de Cristo, em Tomar, no mês de Abril de 1581, que finalmente as cortes aclamaram D. Filipe, o primeiro de Portugal. O rei planeava este acontecimento há meses, como quem encena uma gigantesca peça de teatro, mandando vir do Tesouro real, guardado em Lisboa, o cetro dos seus antepassados e as famosas tapeçarias da entrada do seu pai em Tunes, que tinham pertencido a D. Sebastião. O teto do espaço escolhido para acolher a nobreza, o clero e o povo, cobriu-o de velas de barcos. Na verdade, à sombra da famosa janela do capítulo, tudo ali lhe recordava D. Manuel, e é impossível que não se sentisse orgulhoso por ter sido capaz de cumprir o sonho do avô de unir os dois reinos sob uma mesma coroa.

Foi ele o primeiro a jurar. De joelhos, perante uma cruz onde as armas de Portugal já estavam incorporadas nas do seu restante império, jurou cumprir as leis, os usos e os costumes do novo reino, sentando-se depois disso no trono para receber nas mãos, as mãos dos nobres, o duque de Bragança e o pequeno duque de Barcelos, antes de todos os outros. Mas D. Catarina mais uma vez não veio assistir das janelas de onde Magdalena Ruiz e os senhores de Castela observavam a cena. D. Catarina não desistia da sua pretensão, e foi a determinação com que não abriu mão dos seus direitos que permitiu que a 1 de Dezembro de 1640 o seu neto, se tornasse D. João IV, primeiro rei da dinastia de Bragança.